Algo que longe se vai
Dos caminhos percorridos
Por aquele que foi meu PAI
Natural de Veranópils
Filho de agricultor
Uma Familia respeitada
Segundo vizinhos moradores
Durante longos anos
Seu pai sendo tropeiro
O pequeno batista
Sempre foi o madrinheiro
No lombo de muares
Transportava vinho
Para Lagoa Vermelha, passo Fundo
E outros Lugares vizinhos
Muito tem aprendido
Nossas andanças sofridas
Muito longe dos colégios
Nos bancos escolares da vida
Após muitos anos
Essa lida teve fim
Foram de mudança
Lá pras bandas de Erechim
Havendo muitos pinheiros
Naquelas cercanias
Começaram trabalhar
Com uma serraria
Com várias juntas de bois
Seu Batista trabalhava
E rumo à serraria
As grandes toras arrastava
A sociedade era composta
De dois donos diferentes
Uma família dos Capra
Outra dos Bianchi Vicente
De repente entre os donos
Uma encrenca apareceu
Justaram advogados
E seu Vicente B.perdeu
A sociedade foi desfeita
Seu Vicente não desanimou
Na linha Guabiroba, Sananduva
Inúmeras colônias comprou
Essa área foi doada
Ao Batista e seus irmãos
Que com muita garra
Rasgaram aquele sertão
Durante 40 anos ou mais
Seu Batista mostrou valor
Em contacto com a terra rude
Incansável batalhador
Pai de doze filhos
Criados no rigor
Todos seguindo o exemplo
De grande trabalhador
Homem de raros dotes
Pai austero e exemplar
Com dois filhos sacerdotes
Nos degraus do Santo Altar
Figuradamente ainda eu vejo
Um cavaleiro importante
Cavalgando de um cavalo baio
Impondo respeito na gente
Um costume muito elogiável
Era antes de deitar
Todos reunidos
Genuflente a rezar
Era costume aos domingos
Assistir missa com fervor
Doutro modo bem sabia
Desgostava ao Senhor
Em 1962
Com morte repentina
Perdeu companheira
A esposa CLEMENTINA
No restante de seus anos
Sempre um tanto adoentado
Porém muito bem assistido
Por um filho por ele adorado
Na idade de 80 anos
O nosso Pai descansa
Mas seus conselhos, seus exemplos
Conosco vivem na lembrança
Autor: CAETANO BIANCHI
(em homenagam a seu pai João Batista Bianchi, Avô de Breno Batista Bianchi)
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